Abstração feita das exigências que a religião impõe, pode-se muito bem perguntar: por que haveria mais glórias para um homem que envelheceu, que sente o declínio de suas forças, ficar esperando seu lento esgotamento e sua dissolução do que ele próprio se fixar, em plena consciência, um fim? O suicídio é neste caso um ato de todo próximo e de todo natural que, enquanto triunfo da razão, deveria eqüitativamente suscitar respeito: e até suscitou naqueles tempos em que os guias da filosofia grega e os mais corajosos patriotas romanos costumavam morrer por suicídio. (Nietzsche)