O gênio da civilização procede como Cellini (*) quando fundiu a estátua de Perseu: a massa líquida ameaçava não ser suficiente, mas tinha de sê-lo: jogou dentro, portanto, bandejas e pratos e tudo o que lhe caía às mãos. E, do mesmo modo, aquele gênio joga na fundição erros, vícios, esperanças, quimeras e outras coisas de metal pior ou melhor, pois é preciso que a estátua da humanidade tenha que sair e ficar pronta: que importa que, aqui e acolá, tenha sido empregada matéria inferior? (Nietzsche)

(*) Benvenuto Cellini (1500-1571, gravador e escultor italiano.b